segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O prefeito que confiava a cidade à Papai Noel

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O prefeito que confiava a cidade à Papai Noel
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Na tal cidade, o prefeito confiava tudo a Papai Noel, E com a padroeira N S da Apresentação procurava apresentar uma bela cidade. Não se preocupava com a varrição das ruas, já que o vento que soprava diariamente levava o lixo solto, arrastado, por ruas, praças e avenidas. A chuva que também era uma constante lavava as ruas, depois da varrição. Com o vento e a chuva já estava resolvido um problema, a limpeza das ruas da cidade. Nada de garis varrendo calçadas e carros pipas lavando as ruas na madrugada, queria ficar dormindo. Era sempre muito cansado, tinha um nome de família a zelar.

O estado de emergência também era uma boa desculpa para fazer obras de emergência sem licitação ou entraves administrativos. E muitas pedras foram colocadas nas praias dizendo evitar um assoreamento ou uma invasão da águas. Obras sem cálculos técnicos, sem avaliação do eixo da Terra. Sem uso das tábuas de maré e sem estudo de correntes marítimas, que podem destruir novamente as praias que ele julga serem muito belas. Uma linha do horizonte sem acidentes geográficos com as  pedras novas sobre a areia, fazem um enrocamento sobre as areias escorridas das dunas. E o prefeito sempre confiante em Papai Noel para que a cidade receba presentes.

O esgotamento sanitário da cidade deve chegar como um presente do Estado, anunciado como a primeira cidade 100% saneada. Mas ao receber seu presente pode perceber que está quebrado, impossível ter uma cidade totalmente saneada. Quando questionado sobre segurança pública, diz que é uma responsabilidade do estado, com o uso das polícias civis e militares. Quando questionado sobre o sistema de trânsito nas avenidas, diz ser uma responsabilidade do departamento estadual de trânsito. E quando complica a sua própria segurança, chegam as tropas federais.

As obras de acesso da cidade pela rodovia estadual, vem chegando como um presente federal, uma estrada que além de cortar o país de norte a sul, corta a cidade de sul ao norte alternando partes e nomes. No final das obras deve dizer para o povo: Oxente! Aconteceu tudo nos meus mandatos. Criei mais espaços para os carros, os pedestres que se lasquem!

Nas principais festas da cidade, convida artistas e escritores forasteiros, como se fossem visitas e convidados para sua casa. E dinheiro para as festas sempre vai buscar em Brasília, a capital federal. Mas não tem coragem de andar a pé ou de de Brasília pelas ruas e calçadas da cidade. Anda de carro fechado ou de avião, gosta de enxergar embaçado e avistar tudo de cima.

Uma jovem que foi atropelada em uma faixa de pedestres, em uma avenida que dizem ser estadual, foi removida em ambulância estadual e internada em um hospital também estadual. Ainda que exista um hospital municipal, que nem o secretario de saúde quis ser internado quando estava enfartado, correu logo para um hospital particular, dispensando o municipal e o estadual.  E com o seu falecimento (da jovem atropelada), vai ser sepultada em outro município. A total omissão do município sobre a faixa de pedestres e o atropelamento. Presentes deste tipo o prefeito não deseja, podem macular a imagem da cidade e a sua própria imagem.

Um ótimo prefeito para algumas datas festivas, e para o dia de Natal. Vai virar folclore; corre da câmara e dos cascudos. Câmera só nos eventos, desfilando de destaque.

RN, 17/10/2016

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