O poeta que conversava com marrecos
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Haviam Ladys e Divas no local. E com o poeta dono do baobá, presidindo a mesa, assim começaram as comemorações do centenário, sobre o poeta que falava com marrecos. Começam os cem anos de sua história. E na composição dos painéis foi dotado de uma relação de gêneros. Haveriam dois painéis, para exposições de fatos da vida de um poeta que conversava com marrecos. Começando por expositoras do sexo feminino, com parentes, professoras, letradas e causídicas, havia inclusive uma discípula de Lacam, bem relacionada com os bem-te-vis. Histórias e curiosidades foram ditas por um olhar feminino. Olhares sobre o escritor, advogado e historiador, o potiguar Hélio Galvão (1916-1981), que tem seu nome em uma praça, na cidade de/do Natal. E ele foi citado como sendo o responsável por criar uma duvida recorrente nas ruas: Cidade de Natal ou Cidade do Natal. Ainda há controvérsias entre o popular e o oficial, e que se juntem as provas ao processo.
Das praias saiam suas cartas, levando um cheiro de maresia para outras plagas. Da esquina do mar com o rio Grande, fez sua monografia e suas teses. Onde esta localizado um forte, que ele chamou de fortaleza. Foi a fundo buscar informações e definições. Mas quis a linguagem do povo denominar pelas ruas, de Forte do Reis Magos. As histórias sempre começam em uma praia, em um desembarque. E um livro começou em uma esquina de águas, as doces e as salgadas, uma fortaleza, descrita por um forte, com a luz do Sol; Hélio.
O poeta tinha o hábito de conversar com os marrecos que moravam em seu quintal. Um quintal que separava a casa da biblioteca, onde estavam guardados seu escritos e suas memórias. Uma infinidades de livros, que continuam na história, onde um dia o pequeno Cadu se perdeu, depois de uma carona com os Alves. E durante a travessia do quintal, os marrecos o acompanhavam, na ida ou na volta. Seguiam como uma comitiva do poeta, a caminho da casa ou da biblioteca. E com longos voos o Poeta fez viagens a Portugal, para descobrir suas raízes e os significados de seu nome.
O segundo painel foi formado por um grupo masculino, mais parecendo como uma estratégica politica, tendo a mesa o prefeito e um secretario, simbolizando a cultura do município.
Mas o prefeito enaltecido como prefeito da cultura, tinha uma comitiva a sua espera na porta, com carros parados ao longo da calçada, ocupando uma pista, tal como pais que estacionam em frente a uma escola, dificultando o transito das engarrafadas vias. A comitiva o aguardava para fazer um translado, em um carro fechado, com ar condicionado e vidros escuros. Evitando que o prefeito não observasse a cidade, e não se incomodasse com pertubações urbanas pelo trajeto. O prefeito que vive isolado em gabinetes, salas, auditórios e salões, partiria em um carro fechado, isolado do mundo, zapeando com a próxima escala, com o argumento das estrategias de segurança, dado ao adiantado da hora. Partiria observando a cidade somente pelos oficios, que pousam em sua mesa, mais as informações smarteadas, na palma da mão. Não admite marrecos que o acompanhem pelas ruas, no quintal da cidade que ele administra. Em ambientes fechados está longe dos olhos dos bem-te-vis.
Em 14/07/2016
Texto postado em:
por Roberto Cardoso (Maracajá)
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