sábado, 31 de dezembro de 2016

Uma iguana em Capim Macio

Uma iguana em Capim Macio
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Foi-se o tempo que podia-se encontrar um capim macio por aquelas bandas da cidade, assim imaginamos a origem do nome do bairro de Natal. E o homem chegou, desmatou, fez um loteamento e urbanizou o local, no caminho da praia de Ponta Negra. Mas os animais não têm uma mobilidade urbana para mudar de bairro, procurar novas matas, ainda não derrubadas e devastadas. Vão se acomodando com um pouco que resta, e vão deixando crias no espaço limitado, tentando preservar a espécie. Principalmente os menos selvagens, menos arredios. Ficam cercados por muros e asfaltos oriundos da urbanização de um local que antes era baldio.


E uma iguana foi encontrada por um escritor e poeta. A iguana estendida sobre o asfalto, fora atropelada. Por quem, ninguém sabe. Um ato por descuido, falta de atenção em olhar a pista, ou até intencional, como muitos já vistos, como atos de prazer.


Em um bairro com ruas internas, tipicamente residenciais, os desembestados acham que estão em uma pista de corridas. Não respeitam lombadas, cruzamentos, rotatórias e limites de velocidade.  Seria um caso de polícia. Uma polícia florestal em defesa de últimos exemplares da fauna, que sobrevivem em busca de uma flora.


O poeta fez uma foto da iguana atropelada, era uma velha conhecida que frequentava o seu quintal. Sempre era vista, atravessava por vezes as ruas em busca de seus parceiros, semelhantes e da mesma espécie..


Uma iguana em Capim Macio, faz lembrar uma lenda. Da serpente que partiu da lagoa de Extremoz para morrer ali, justamente ali, em Capim Macio. E ao final de um ano, foi o fim de uma iguana.


Crédito da imagem:  Roberto  Lima de Souza


RN, 31/12/2016


Roberto Cardoso

Texto em: http://pelasruasdenatal.blogspot.com.br/2016/12/uma-iguana-em-capim-macio.html

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?

# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?: FLIN. Uma festa literária ? Quais as literaturas podem ser encontradas em uma festa literária? Na abertura da FLIN - Festival  Literá...

# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?

# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?: FLIN. Uma festa literária ? Quais as literaturas podem ser encontradas em uma festa literária? Na abertura da FLIN - Festival  Literá...

# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?

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# Missão Survey: FLIN. Uma festa literária ?

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domingo, 11 de dezembro de 2016

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Forum do Maracajá: Festa na FLINstones (Parte 1)

Forum do Maracajá: Festa na FLINstones (Parte 1):   Festa na FLINstones (Parte 1)   PDF 520   Era uma sexta-feira, na semana do dia de finados, semana de lembrar de...

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domingo, 20 de novembro de 2016

Caminhada estóica

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Imagem: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1136628673058071&set=pcb.1104186813013270&type=3&theater

Caminhada estóica
PDF



Era preciso ter muita coragem para fazer uma caminhada histórica pelas ruas de Natal. A questão histórica não era o problema, já que as ruas de uma cidade contam a história ao longo do tempo. Mostram as depredações históricas, necessidades de um momento, e arquiteturas de determinadas épocas. O poder se impõe sobre povo por uma arquitetura, de imponente a dinâmica.  Somente uma cidade criada: desde a sua idealização, desde seu planejamento e desde a sua construção, não guarda registros históricos ao longo de ruas e avenidas, de épocas passadas. O grande exemplo é Brasília com assinatura de Niemeyer, o arquiteto que fazia rabiscos no papel, para os engenheiros se virarem com suas técnicas, de concreto armado e projetado. Qualquer lembrança antes de 1960, estará registrada nas ruas de Brasília, com uma escultura importada, vinda de outra cidade. Brasília já nasce completa, estruturada. Outras cidades começaram com modestos arruamentos.

Com épocas anteriores e ao longo de  sua formação, a evolução da cidade, podem estar registradas nas ruas. E Natal tem uma história ao longo do tempo, desde a presença de indígenas ocupando as terras, e a chegada de povos estrangeiros se instalando em um forte, uma fortaleza para alguns, com objetivos militares e econômicos. Para defesa das terras, explorando suas riquezas de origens diversas. Um forte na esquina do continente, como um marco Norte, o início de um domínio. Natal surge como uma necessidade, de abrigar uma população em torno do forte. Talvez uma estratégia militar, de ter um povo bem próximo, quando precisar de um recrutamento, e juntos defenderem a terra. Mais tarde, a necessidade de uma capital estadual próximo à costa, contrapondo-se a Mossoró.

Um antigo político é conhecido como Nero de Natal, lembrando Nero em Roma. Dizem que incêndios eram promovidos, em Natal, para abrir espaço ao novo. Como o incêndio no mercado, abrindo espaço ao modelo econômico, construindo um banco, que possibilita remessa de valores. Um líder italiano mandou uma pedra de metralha como presente para a cidade, que chegou por via aérea.. A pedra já passou por vários lugares, onde foi agredida e pichada. O velho ainda se impõe ao novo, como um marco histórico, de amizade entre povos.

E uma multidão estava presente, em uma praça, com ânsia de conhecimento, sem se importar com o que seria encontrado no caminho, diante do conhecimento que seria oferecido. A oportunidade de saber o que existe do lado de fora, quando transitam em seus carros, com os vidros fechados. Abrigados da violência, do calor e do povo pedinte, com ar condicionado, e vidro escuro. O veículo como uma armadura para enfrentar a cidade, um gibão motorizado para se defender dos espinhos urbanos. A caminhada parece ser um ambiente seguro, com muita gente e algum policiamento. Pastoradores poderiam cuidar dos carros, enquanto seus donos dariam uma volta histórica e cultural, com olhos abertos, ouvidos atentos e domínio das pernas...

Os problemas esperados, e os problemas encontrados, são de épocas mais recentes, do século passado. Uma prefeitura omissa e repetida, que não soube se atualizar com critérios de acessibilidade e de inserção de pessoas em condições diversas ou especiais (a nomenclatura varia com o tempo, o modelo de conhecimento). Imperfeições no calçamento que podem oferecer torções e luxações aos que caminham pelas ruas ou calçadas. Mas de um modo estratégico, o itinerário da caminhada, era em uma rua em rampa, partindo do Alto até a Cidade Baixa, favorecendo a algum cadeirante, que precisaria de ajuda, apenas no percurso de volta. O piso tátil, já gasto e encardido,  estava distribuído á vontade sobre as calçadas, com níveis diferentes, sem parâmetros e sem critérios. Com riscos de levar ao encontro de uma árvore, um poste ou um degrau, sem aviso prévio. O desordenamento em volta da prefeitura, e na praça dos três poderes. Prédios antigos, com aspecto de velhos e abandonados, combinavam esteticamente com as calçadas. As copas das árvores fechadas sobre a rua, e fazendo sombra, completavam o cenário. E a prefeitura se fecha em copas, lembrando um baralho de cartas marcadas.

O local ideal para a partida, a praça onde se encontra o marco zero da cidade. A praça histórica com o marco geográfico, e o Instituto Histórico e Geográfico (IHGRN). A proximidade da igreja, a antiga catedral. Prédios que já funcionaram como cadeias e quartéis estavam em volta. Na tal cidade, que dizem nunca ter sido um povoado, e nunca ter sido uma vila. Já nasceu como cidade, pulando épocas de lugarejo, de povoado e de vila. A cidade perdeu um pedaço de sua história, a sua infância. Não construiu totalmente a sua história, não criou suas raízes. E por isso Natal, seja sempre uma cidade aberta, recebendo diversos povos que chegassem e desembarcassem. Atracassem, com seus barcos e suas caravelas, nas navegações marítimas. Chegando aos aviões com as navegações aéreas. Hoje ainda recebe e acolhe pessoas e povos diversos. Até o narrador do percurso, tem raízes paulistas, com resquícios indígenas do Tatuapé e do Anhangabaú.

E além de muitas pessoas dispersas na praça, aguardando o início da caminhada, também podiam ser encontrados inúmeros carros, todos mal estacionados pelos arredores da praça. Muitos dos que pretendiam fazer a caminhada, não se sensibilizaram em deixar seus carros em casa. O espaço atrás da velha catedral, já se transformou em rua e estacionamento, faz tempo. Um espaço que julga-se e espera-ser ser tombado, com fluxo intenso de carros, destruindo a pavimentação junto a parede da igreja. Colocando pedestres em riscos. Da janela do prédio anexo do IHGRN é possível observar tudo. O IHGRN olhando pelo vidro, o que deve ser preservado.

Calçadas foram ocupadas além de vias, com carros dos dois lados da pista, impedindo a sonorização expositiva, com trio elétrico, de iniciar o percurso.. Na concentração os primeiros problemas, os arquétipos da população em amarrar a montaria, em frente à bodega. Uma grande maioria motorizada, com oferta de alimentos em prol de instituições necessitadas. Dois quilos de alimentos na sacola e alguns quilos de monóxido de carbono foram deixados nos ares.

Papa Mike estava QAP no local, na hora marcada, aguardando um QSL do evento. Mas os coloridinhos da secretaria municipal não estavam à postos, na data e no local marcado, atrasando o início da caminhada, parecia um QTA do evento. E já indicando as falhas da prefeitura, o evento que fora compartilhado nas redes sociais, pelo próprio prefeito, exaltando o Natal em Natal. Perdeu a oportunidade de desfilar em cima do trio elétrico, podendo ser filmado por um drone. O Rei Carlos Eduardo também não estava presente. Não é adepto a caminhadas, mas sim de carreatas, para tumultuar mais o trânsito. Não quer sua YSL cheirando a suor do povo. A caminhada iria passar em frente ao seu palácio, que no momento estava com as portas fechada. E ele não apareceu na sacada para acenar a seus súditos, que apoiaram nas urnas. Dispensou o uso do parlatório localizado na esquina.

No caminho várias casas foram apontadas como residências de nomes ilustres e antigos moradores na capital norte riograndense. De Pedro Velho a Câmara Cascudo, passando por Januário Cicco. Dois solares foram apontados, que constam na história serem de um mesmo casal de proprietários, onde a esposa que era alérgica, pediu ao marido construir outra casa (nota de um pesquisador Papa Mike durante o percurso). Uma casa para ser usada enquanto a outra entrasse em reforma, amenizando a sua alergia, ao ver trabalhadores, quebrando, lixando e pintando. Na casa antiga de Cascudo, seu genro neto estava na porta, para saudar a caminhada. Enquanto a Cascudinha devia estar ocupada com os afazeres da casa. O citado Papa Mike não importa, já que segundo ele, Cascudo também não citava.

Natal já foi delimitada por cruzeiros, que marcavam o início e  fim da cidade, marcando a era da presença religiosa. Já foi delimitada por grossas correntes, marcando a presença de americanos em período de guerra. Hoje está cercada por outros municípios, com um período de urbanização intensa, sem área industrial ou rural. Não há espaço para um aeroporto, precisa usar o espaço de municípios adjacentes. Só lhe resta o mar como área de expansão, de ideias e de implantações do poder econômico. E como capital de um estado, segue a nova ditadura imposta por outros povos, a de viver de sal, turismo e vento, Com os ares da brisa marinha e os mesmos ventos que trouxeram as caravelas..

E a caminhada histórica chegou na Ribeira, o bairro histórico onde chegaram no passado passageiros e cargas por navios, trens e transportes rodoviários. Hoje é a região das boemias, com espaços variados para tribos diversas. Na grande praça aumentada ao longo do tempo, com aterros e calçamentos, não podia deixar de ser diferente da cidade, e ter carros sobre o calçadão destinado a pedestres. Carros na calçada, estacionados em frente a um museu e em frente a um botequim, a antiga rodoviária. O grande espaço aberto, o palco e o espaço da plateias, com shows para grandes públicos com histórico de algumas discriminações, tal como escrito e descrito em Festa na FLINstones.  

20/11/2016
Roberto Cardoso (Maracajá)


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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Transportes conflitivos em Natal.

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Transportes conflitivos em Natal.
Medicamentação: Solução de de elequicina
PDF 772


A prefeitura não deu o braço para a seringa, mas deixou as nádegas do povo disponível às suas práticas e ideias. Partiu do princípio de um velho ditado que diz “quem quer faz e quem não quer manda”. E deixou a solução do sistema de transportes públicos a cargo de empresas que se habilitem a fornecer equipamentos e serviços. Para então a prefeitura exercer o papel de agência reguladora. Regular aquilo que não soube implantar, sempre tapando o Sol com a peneira. Fechou os olhos e os ouvidos, para as reclamações do povo, a população que depende do transporte coletivo. Ainda está no tempo dos bondes, quando era possível saltar do bonde e alcançar um chapéu, levado pelo vento, para então alcançar o bonde novamente.

O prefeito não conhece a cidade, com as solas de seus sapatos de pelica, não quer sujar suas YLS. E agora diz que depois do sistema implantado, vai administrar a demanda. Controlar e manipular itinerários e linhas, de acordo com as necessidades e demandas. Vai precisar de muitas pesquisas e estatísticas, de números flutuantes.

Depois de entender e interpretar que a cidade é um organismo vivo, com interferências diversas, promovidas pelo comportamento e pelo meio, que podem promover diversas condições de saúde à cidade e à sociedade. A prefeitura surge com uma ação terapêutica no transporte público. Aplicar elequicina, na secretaria de transportes, e mobilidade urbana. E pode ser uma solução estéril, sem resultados mas com muitos efeitos colaterais. Já é evidente, é esperado que novos diagnósticos poderão ser apresentados, e novas medicações serão necessárias. A cidade vai ficar no soro, perdendo as vias de acesso, até que surja uma droga eficiente.

Com licitações e processos destinados ao transporte público, busca uma solução externa e desesperadora. E solta fogos como sendo a decisão libertadora e alvissareira. Abre concorrência para empresas realizarem a melhoria do transporte público. Otimizar o que não existe. Busca os melhores trabalhos, melhores serviços oferecidos  e os melhores preços, para resolver seus não resolvidos problemas. Busca o melhor, a acessibilidade, conforto oferecido e frequência de horários regulares, em ônibus confortáveis e adaptados às necessidade do povo.  Ônibus com pisos baixos para ruas esburacadas e pavimentação irregular. Ônibus com ar condicionado para terminais abertos ao Sol e ao vento. Quer o  conforto, mas não proporciona vias pavimentadas para um novo equipamento. Tipo quer um trem mas não oferece os trilhos; quer um BRT mas não oferece vias exclusivas. Apenas remédios não são suficientes, é necessário mudanças de hábitos. É o que diria qualquer médico: remédios; MDH, dieta e alguma fisioterapia.

Não aponta e nem sinaliza suas necessárias providências, suas mudanças de hábitos e comportamentos. A acessibilidade nas calçadas e nas ruas, para quem ainda não embarcou nos futuros ônibus. Travessia de pistas em condições seguras. Abrigos que simbolizam uma parada de ônibus, protegido do Sol e da chuva, abrigos e pontos de ônibus com distâncias regulares e piso nivelado nas calçadas, promovendo um conforto de deslocamento a pé, entre os pontos ou as paradas. Racionalização das quantidades de linhas, distribuindo em diversas paradas.


Roberto Cardoso
Cientista social. Escritor e cronista


RN. 10/11/2016.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O caos urbano implantado

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imagem: https://www.google.com.br/search?q=engarrafamento+em+natal&biw=1242&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi23Kfl6JPQAhWIQ5AKHQheBCYQ_AUIBygC#imgrc=1Pdvjf22aZkuVM%3A

O caos urbano implantado
O resultado da tríade: motoristas, falta de educação e omissão da prefeitura
PDF 772

A imagem em tela, merecia um maior destaque, uma melhor análise, como analisar cada centímetro da cena. Já foi-se o tempo quando se dizia que as casas deste bairro eram enfeitadas de alecrim. A erva restou como nome ao bairro, e o cheiro agora é de fuligem e de fumaça. Nas ruas que já são estreitas, comerciantes ilegais ocupam parte das ruas e parte das calçadas, ocultando o espaço público junto com os veículos.  Não há ordenação urbana, até que aconteça uma catástrofe. As avenidas largas que um dia foram numeradas, estão cada vez mais estreitas com carros enfileirados dos dois lados, além de ocuparem as calçadas. Os canteiros no meio da pista, impedem a passagem de pedestres, já que os carros ficam sempre, muito “‘colados”, quando estacionados, junto às barracas e cigarreiras. E o bairro, em tela, é apenas a parte de uma cidade. Mas a cidade não pode ser vista pelo olhar cartesiano, olhando apenas um bairro, ela faz parte de um todo que configura a cidade. E o desordenamento urbano espraia-se pela cidade.

Um caos público e urbano que já estava anunciado. predestinado com exemplos arquétipos do prefeito, em seus comportamentos, acontecem diariamente e aconteceu um mais pontual recentemente. O caos urbano está implantado em Natal, como resultado de uma tríade, como excesso de carros nas ruas, ocupados por muitas vezes, com apenas o motorista; a falta de educação e a falta de respeito aos outros que convivem na cidade; as obras e a extravagâncias de uma prefeitura, que não dá o exemplo e colabora com a falta de estrutura urbana. A falta de cumprimento de regras, o descumprimento de regras de urbanidade.

Não última sexta feira (04/11) aconteceu um experimento público com muitos condutores de veículos, e alguns de seus ocupantes. Ficar preso no trânsito sem nenhuma causa extraordinária visível e aparente; sem chuvas alagando a cidade, sem manifestações políticas ou administrativas,  ou um acidente de grandes proporções. Era apenas o resultado de muitos veículos nas ruas, um fato já há muito anunciado. E só faltou uma alternativa a população motorizada e encarcerada em seus veículos, nas ruas e esquinas da cidade. Postar seus lamentos e murmúrios nas redes sociais. O inconsciente urbano levou muitos a um mesmo destino.

Quem trafega todos os dias pela BR 101 no sentido Parnamirim-Natal, já antecipava um acontecimento. Durante um engarrafamento é possível observar na lateral das pistas, as concessionárias e revendedoras de veículos, com seu pátios lotados, denunciando veículos que ameaçam invadir a cidade, bastando um desejoso adquirir um veículo. E na última sexta-feira, a tragédia anunciada aconteceu. Um nó urbano pelas ruas de Natal. E o foco estendeu-se pela Avenida Roberto Freire onde a prefeitura diz não ser de sua competência. Excluindo a BR e a RN que cortam a cidade, o prefeito parece se sentir satisfeito, dorme em berço esplêndido, olhando a cidade pelo buraco da fechadura.

A última gestão da prefeitura não foi capaz de criar mais ruas para os novos veículos circularem. A maquiagem foi perfeita, com uma propaganda eleitoral usando as lentes de costas para a cidade. E os proprietários de veículos todos os dias, tiram seus carros de suas vagas e garagens, para ocupar um espaço nas ruas, e para subir em calçadas. Tiram seus carros da própria casa para colocar na porta de outras casas. Cada condutor tem uma responsabilidade, estacionar sem causar um problema ao outro. Fazem uma concorrência desleal com seus veículos, que ocupam alguns metros quadrados, além de uma pessoa que faz seu deslocamento com solas de sapato e movimento das pernas. Automóveis ajuntados ocupam mais espaço que os ônibus de transporte coletivo. O trem e o VLT circulam pela periferia da cidade.

E quando os motoristas e proprietários são indagados sobre a necessidade e o uso de um carro, afirmam ser a necessidade de deslocamento em função da deficiência no transporte público. Um transporte rarefeito e sempre muito cheio, que os fazem transpirar e desmanchar seus penteados. Saltos altos não estão aptos a calçadas esburacadas. Então fazem a opção de comprar um carro e enfiar a cabeça na areia. Não estão dispostos a uma manifestação pública, de exigir transportes dignos que se adequam às suas necessidades e vaidades, não querem se misturar com o povo. São herdeiros de um modelo arquétipo de americanos e holandeses, e mais outros povos do mundo. São filhos de grandes famílias que ocuparam estas terras, e numeram os filhos no idioma francês, tal como os reis.

O prefeito nobre intelectual, que despacha para a prefeitura em um local fechado com ar condicionado, sem janelas, para observar a cidade, já teve a oportunidade de visitar e estudar em outras cidades. E como deveria estar sempre muito ocupado, para imaginar um futuro, não planejou a sua cidade. Mas dá um “Bom dia Natal” com orgulho nas redes sociais, esperando uma resposta dos seus seguidores, e seus súditos. Não imaginou sua cidade além dos dixsept de cores rosadas; galvões e gaviões, mais alguns guerras e outros alves. Pode não ter ficado atento a história da cidade, que diz que Pedro Velho em sua época, andava a cavalo para observar a cidade, descobrir problemas e tomar providências. Pedro Velho era boticário e médico, estava acostumado com anamneses e receitas. Sabia diagnosticar e fazer prescrição acompanhando a evolução ou melhoria dos problemas. A partir de Natal, governou o estado. O prefeito atual formado em direito, defende a própria causa, e de seus amigos motorizados com picapes e SUVs, com GPS e ar condicionado..

A cidade que não se define se é do Natal ou de Natal, fruto das invencionices de Cascudo, sempre foi aberta aos povos estrangeiros. Recebeu portugueses e holandeses, que desembarcaram de caravelas. Chegaram os italianos e os franceses, com os primeiros aviões. Os italianos trouxeram de presente uma pedra, de restos de entulhos e metralhas romanas. Os americanos montaram uma base com campo de pouso, e com decolagens chegaram em outras terras. Agora a cidade criou um aeroporto enorme, e continua aguardando que pouse um HUB, para ajudar o estado. Querem ampliar o porto para receber maiores tonelagens, mas não tem logística urbana para transporte de cargas. Natal que foi sempre aberta, não fortaleceu suas raízes para implantar uma posição e uma história. Sempre serviu de trampolim para outros povos. Da época das caravelas, passando pelo início da aviação, aos aviões maiores; da navegação marítima a navegação aérea. Tentou alcançar o espaço e perdeu sua condição de cidade espacial. E assim perpetua seus arquétipos, enquanto não mudar seu paradigma.

O atual prefeito levou um totó dos bandidos. Teve seu carro oficial roubado na porta da casa dos vereadores, Um local mal planejado, com carros sempre mal estacionados na porta e nas calçadas. Ao longo da via, e na vizinhança a casa do povo não dá o exemplo ao cidadão. Um local previsível de chegar alguém mal intencionado, sem identificar os símbolos nas portas, seja da casa ou do carro, "pareciam estar no lixo", e os meliantes levaram o carro do prefeito. Os meliantes agem assim como as moscas e mosquitos, gostam de lixo e desatentos, água parada e carro estacionado em local indevido.

A cidade é um organismo vivo com veias e artérias movimentando em um sentido, um vai e vem. Estão infestadas de vírus e bactérias nesta corrente líquida, que se movimenta 24 horas, indo ou vindo a partir de um bombeamento. Vias cheias de ideias e antibióticos cada um na sua especialidade, A  prescrição básica sem usos de elementos químicos,  é ar puro em um ambiente saudável e natural. Mais um antimicótico para uso tópico, limpando as calçadas, a epiderme da cidade. Os trombos já estão surgindo, sufocando a cidade. Januário Cicco apostava em saneamento básico, prevendo um futuro. Agora o conceito de saneamento foi ampliado, não é simplesmente a não existência de fossas, mas água pura e ar limpo, com pistas amplas e livres contribuem para um bom saneamento, em uma cidade trombótica.

Diante de tantos casos e descasos, com o trânsito influenciando e impedindo e eficiência da segurança pública, vem um resultado. As pessoas começam a andar armadas. A cidade é um sistema complexo. E trânsito é essencial na segurança pública, facilitando o movimento de patrulhas e ambulâncias, além do Corpo de Bombeiros.

Roberto Cardoso

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, em 07/11/16

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O prefeito que confiava a cidade à Papai Noel

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Imagem: https://www.google.com.br/search?q=PAPAI+NOEL+PRESENTES&biw=1242&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwizrL_60OHPAhVBDpAKHSsXDtoQ_AUIBigB#tbm=isch&q=PAPAI+NOEL++treno+PRESENTES&imgrc=Y4Vtj-OEzA0ggM%3A

O prefeito que confiava a cidade à Papai Noel
PDF 764

Na tal cidade, o prefeito confiava tudo a Papai Noel, E com a padroeira N S da Apresentação procurava apresentar uma bela cidade. Não se preocupava com a varrição das ruas, já que o vento que soprava diariamente levava o lixo solto, arrastado, por ruas, praças e avenidas. A chuva que também era uma constante lavava as ruas, depois da varrição. Com o vento e a chuva já estava resolvido um problema, a limpeza das ruas da cidade. Nada de garis varrendo calçadas e carros pipas lavando as ruas na madrugada, queria ficar dormindo. Era sempre muito cansado, tinha um nome de família a zelar.

O estado de emergência também era uma boa desculpa para fazer obras de emergência sem licitação ou entraves administrativos. E muitas pedras foram colocadas nas praias dizendo evitar um assoreamento ou uma invasão da águas. Obras sem cálculos técnicos, sem avaliação do eixo da Terra. Sem uso das tábuas de maré e sem estudo de correntes marítimas, que podem destruir novamente as praias que ele julga serem muito belas. Uma linha do horizonte sem acidentes geográficos com as  pedras novas sobre a areia, fazem um enrocamento sobre as areias escorridas das dunas. E o prefeito sempre confiante em Papai Noel para que a cidade receba presentes.

O esgotamento sanitário da cidade deve chegar como um presente do Estado, anunciado como a primeira cidade 100% saneada. Mas ao receber seu presente pode perceber que está quebrado, impossível ter uma cidade totalmente saneada. Quando questionado sobre segurança pública, diz que é uma responsabilidade do estado, com o uso das polícias civis e militares. Quando questionado sobre o sistema de trânsito nas avenidas, diz ser uma responsabilidade do departamento estadual de trânsito. E quando complica a sua própria segurança, chegam as tropas federais.

As obras de acesso da cidade pela rodovia estadual, vem chegando como um presente federal, uma estrada que além de cortar o país de norte a sul, corta a cidade de sul ao norte alternando partes e nomes. No final das obras deve dizer para o povo: Oxente! Aconteceu tudo nos meus mandatos. Criei mais espaços para os carros, os pedestres que se lasquem!

Nas principais festas da cidade, convida artistas e escritores forasteiros, como se fossem visitas e convidados para sua casa. E dinheiro para as festas sempre vai buscar em Brasília, a capital federal. Mas não tem coragem de andar a pé ou de de Brasília pelas ruas e calçadas da cidade. Anda de carro fechado ou de avião, gosta de enxergar embaçado e avistar tudo de cima.

Uma jovem que foi atropelada em uma faixa de pedestres, em uma avenida que dizem ser estadual, foi removida em ambulância estadual e internada em um hospital também estadual. Ainda que exista um hospital municipal, que nem o secretario de saúde quis ser internado quando estava enfartado, correu logo para um hospital particular, dispensando o municipal e o estadual.  E com o seu falecimento (da jovem atropelada), vai ser sepultada em outro município. A total omissão do município sobre a faixa de pedestres e o atropelamento. Presentes deste tipo o prefeito não deseja, podem macular a imagem da cidade e a sua própria imagem.

Um ótimo prefeito para algumas datas festivas, e para o dia de Natal. Vai virar folclore; corre da câmara e dos cascudos. Câmera só nos eventos, desfilando de destaque.

RN, 17/10/2016

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Jabuti em árvores

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Imagem: 
https://www.google.com.br/search?q=jabuti+em+arvores&biw=1242&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiSh82EqtjPAhWGlZAKHS_fBPkQ_AUIBigB#imgrc=wii2-CqNvIfj2M%3A

Jabuti em árvores
PDF 762

"........ Em Ponta Negra, na principal avenida. Em frente a um shopping com produtos regionais e culturais, existe uma faixa de pedestre. No alto da via no mesmo local uma placa indicando velocidade máxima 70 Km/h. Como a faixa de segurança para pedestres está localizada em uma ligeira elevação na avenida, dificulta sua visualização pelos motoristas em ascensão na pista. Enquanto pedestres com ares de turista atravessavam, os carros se esforçaram e paravam, evitando um acidente internacional. Hoje o motorista que trafega em velocidade permitida, não respeita o pedestre na faixa, talvez por evitar uma freada brusca em poucos metros, entre o veículo e o pedestre em travessia. Exemplos de uma engenhosidade de trânsito, formulada por analistas e especialistas de escritório. Acreditam ver e entender a cidade de suas janelas em computadores ........."

Jabuti em árvores (parte 1)
14/07/14 - Jornal de HOJE - Natal/RN
Quando um jabuti fica aprisionado, imobilizado e impedido de prosseguir seu caminho, travado em sua trilha por uma tora sobre a sua carapaça. Preso por uma árvore caída, enquanto prosseguia em sua lenta marcha. Quando um jabuti é acometido por uma queda de uma árvore, que caia sobre o seu corpo impedindo seu deslocamento, o jabuti tem consciência, discernimento e paciência para esperar uma oportunidade de libertação.
Mas quando um jabuti é encontrado em cima de um galho de uma árvore, dúvidas surgirão para uma tentativa de explicação. Há apenas uma certeza, o jabuti não subiu sozinho na árvore, alguém o colocou lá. O comportamento e as habilidades de um jabuti não facilitam as escaladas em árvores.
Terminada a Copa, só resta agora descobrir onde estão os jabutis e as lebres. Quem tem a velocidade necessária, e quem tem uma lentidão necessária. Habilidades e ocupações. Quando é necessário ser ligeiro como uma lebre, e quando se torna necessário ser paciente e lento como um jabuti. Enquanto a lebre tem velocidade e foco para atingir um objetivo ou um alvo, o jabuti tem o privilégio de acompanhar a trajetória da lebre e observar as suas falhas. Acompanhar seus movimentos, seus melhores e piores desempenhos em retas e curvas, em declives e aclives. Quando seria melhor avançar, recuar ou descansar.
A Alemanha antes da Segunda Guerra esteve em águas territoriais brasileiras e afundou alguns navios brasileiros. Atacou, deu os primeiros tiros, afundou navios e no final perdeu a guerra. Em 2014 esteve em estádios no Brasil e afundou algumas esquadras. A Alemanha sobreviveu à guerras, foi dividida, pagou dívidas cobradas pelos vencedores das guerras, e com paciência ressuscitou das cinzas e dos escombros. Reunificou-se e ergueu-se proporcionando qualidade de vida à sua população, mesmo com uma rendição.   
A próxima Copa do Mundo em 2018 acontece em um país que viveu os cenários de uma guerra. Um país que aproveitou seu inverno para vencer invasores. Soube usar seu terreno e suas intempéries para observar o inimigo e aguardar sua própria derrota, por fome e por frio. Com sua falta de planejamento. A Europa foi palco de guerras. Viveu dificuldades e soube aproveitar as oportunidades. Transformou suas guerras e batalhas em conhecimento.
A literatura infantil mostrou uma corrida entre a lebre e o jabuti. E crianças desde cedo brincam de pique e corridas, esconder e achar, disputando o primeiro lugar. As olimpíadas que acontecem em períodos entre guerras, desafiam povos e competidores, a vencer e ganhar. Obter a honra de ganhar uma medalha. E que seja uma medalha de ouro, de prata ou de bronze. Não há medalha ou lugar no pódio para quem termina em quarto lugar.  
Comandantes não correm ao comando de avançar. O comandante da uma ordem ao corneteiro para tocar o toque de avançar; e observa o desempenho da tropa. Dependendo de seus objetivos, manda recuar ou avançar, com apoio de outras tropas, outros pelotões, ou outros batalhões, com baterias das cavalarias e artilharias.  
E da mesma forma que os comandantes no campo de batalha, se comportam os técnicos de futebol (Coach). Posicionam-se em sua casamata à beira do campo. Controlam e comandam o time, de fora do campo, observando, analisando, ajustando, substituindo e fazendo as modificações necessárias.  
O mundo gira, tal como uma bola. Os primeiros petardos e armas de mão foram esféricos, em forma de bola. Balas e bolas em campos de batalhas. Bolas em campos gramados. O planeta gira e tem uma forma de bola. Povos se divertem e brincam com bolas. Disputas são feitas com uma bola. Bolas pesadas na luta armada, na guerra em campo minado. Bolas coladas no campo gramado. Contingentes morreram por ebola e embolias. Muitos em parte desta guerra usam bolas e colas.  
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  13/07/2014

Jabuti em árvores (parte 2)
O casco do jabuti tem estrutura para suportar pequenas árvores tombadas. Aguardar uma breve ou demorada decomposição de um arbusto derrubado. Talvez por uma tempestade ou por infestação de cupins, diversas podem ser as causas da queda de uma árvore. Enquanto o tempo da libertação não chega, vai se alimentando com formigas que passam ao seu redor, de caramujos que transitam ao seu alcance, ou de folhas que caem.
Pois o jabuti pode esperar até que as composições físicas, químicas e biológicas do vegetal se modifiquem, e tornem a árvore mais leve. Permitindo assim ao jabuti se desvencilhar do peso que suportava, sobre o casco. A força que o impedia de caminhar. Composições e decomposições que podem ser aceleradas e modificadas. Com períodos e alternâncias de chuvas e de Sol, quente e frio, baixa umidade e alta umidade no ar. Ou mesmo com uma participação insetívora roendo ou dilacerando o tronco. Insetos instalados na árvore tombada podem atrair animais insetívoros que vão de alguma maneira ajudar a dilacerar mais o vegetal, facilitando e acelerando, um processo de decomposição e transformação. Na natureza nada se cria; tudo se transforma; inclusive as ideias.  
As fábulas infantis trazem exemplos de comportamento. Enquanto uns se comportam como jabutis, outros se comportam como lebres. Enquanto a lebre da fábula correu e chegou mais rápido, o jabuti demorou mais para chegar ao local determinado. Mas que local? O que motivaria um jabuti e uma lebre, irem a um determinado ponto? Quem determinou um momento de partida? Quem determinou uma linha de chegada? Quem determinou que devesse acontecer uma corrida entre dois animais totalmente diferentes? Se as pessoas e os animais são diferentes, diferentes serão suas habilidades.  
Mas se realmente aconteceu uma corrida entre o jabuti e a lebre. Torna-se evidente que a lebre correria com vantagens. Chegaria antes do jabuti. E se o jabuti não chegou primeiro, teve tempo e oportunidade de observar as transformações à sua volta, perto e distante. Observou o caminho e a trajetória da lebre.  
A lebre só serviu para mostrar que é necessária uma velocidade para chegar a um ponto. E muitos impeliram este comportamento sobre os outros. Impeliram um comportamento de velocidade aos outros. E aliado à velocidade exigiram uma qualidade. Exercer tarefas com velocidade e qualidade, que podiam ser atingidas com foco e determinação. Olhar para o alvo a ser alcançado e com velocidade para chegar ao objetivo.  
O jabuti chegou ao mesmo ponto com a experiência de observar tudo o que aconteceu a sua volta. O jabuti que esperou a modificação físico-química; esperou a transformação biológica do tronco sobre a sua carapaça. Enquanto estava
imobilizado pela árvore, alimentos devem ter transitado ao seu alcance. Situações aconteceram diante de seus olhos, perto e distante. Aromas e visões, audições e sensações, provocaram saberes e sabores.
Uma nova fábula foi criada, a fábula da FIFA. Cidades sedes fizeram modificações estruturais na arquitetura urbana. Modificações que as colocariam prontas a disputarem a chegada de turistas e investimentos. Modificações que as diferenciam de outras cidades, que já disputavam visitas e viagens, turistas e investidores. As cidades sedes começaram um trabalho de modernização e acessibilidade, que não ficaram totalmente prontos para a Copa do Mundo.
As cidades sedes continuam com suas obras de modernização e acessibilidade. Cada cidade sede, pouco melhorou, e ganharam novos concorrentes, com destaques na mídia mundial, as outras cidades sede. E cada cidade sede tem os mesmos problemas, terminar obras e resolver as mesmas questões de modernidade e acessibilidade, com concorrentes em mesma situação, a disputa continua.  
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  20/07/2014

Jabuti em árvores (parte 3)
O automóvel foi concebido, planejado e construído, para facilitar o deslocamento de pessoas, encurtando distâncias e reduzindo o esforço físico, de quem transporta algo, ou é transportado. Foi idealizado para transportar pessoas, cargas e volumes, como uma evolução do tempo, e do transporte por tração animal. A força de seu motor é medida em cavalos, HP (Horse Power). E as velas dão início a sua combustão. O espanhol preservou uma escrita, denominando como ‘coche’, enquanto os ingleses mantém o volante na posição dos cocheiros. No Brasil ainda é comum manter carros em frente das casas, sobre as calçadas, como animais de montaria amarrados, aguardando seu dono. (Jack and JAC. JH em 10/09/12). Afinal todos querem mostrar que possuem um puro sangue.
A invenção do estribo facilitou o controle dos cavalos, e parte do controle do automóvel é feita com as pernas e os pés. Enquanto os transportes eram por veículos de tração animal, justificavam as paradas para descanso e/ou alimentação dos animais condenados a puxar carroças ou mesmo bondes. Hoje não justifica parar um carro para descanso de seus cavalos de potência contidos em seu motor. Pare abastecimentos e arrefecimentos, de minerais e vegetais (óleos, gasolina e álcool de cana); água e reparos em cascos e ferraduras (rodas e pneus), novas estrebarias com outras ferramentas. Existem os postos de automotivos. Com uma bandeira comercial, que os identifica de longe. Em estradas, há placas com mensagens visuais, que identificam os serviços oferecidos.
O homem inventa, e faz criações com objetivos. Da mesma maneira que os automóveis foram concebidos, planejados, e construídos, para facilitar transportes, assim foram os aviões, dirigíveis e outros meios de transporte. Um avião parado é uma aeronave que gera custos e prejuízos. Um avião pousa apenas manutenções e reparos, para abastecimento e troca de tripulação. Descarregar e carregar ideias.
Pensando na lebre da fábula que o carro pode ter sido imaginado e construído. Assim um carro estacionado foge a lógica de sua concepção. Não justifica ficar em cima de uma calçada parado como um jabuti. Adquirir um carro pode provocar benefícios e problemas. Uma guia ou meio fio, formando um degrau indica que a calçada não é local de trânsito de automóveis. Uma faixa amarela contínua indica que não é permitido estacionar junto à guia naquele trecho de avenida. Condutores aprendem as regras de trânsito apenas para obter uma habilitação. Há uma komunicologia pelas ruas e calçadas que precisa ser compreendida e respeitada.
Para possuir um avião é necessário ter uma pista para pousar e decolar, e um hangar para guardar e fazer manutenções. Um trem precisa de trilho entre uma origem e um destino. Ter um carro é necessário ter uma garagem para guardar, e uma pista para circular. Ruas e avenidas têm custos, de construção e manutenção, limpeza e conservação. Daí vem uma necessidade de cobrar impostos a veículos automotores que desgastam e usam ruas e avenidas (IPVA). Comodidade para abastecer, comprar e circular tem usos e custos, tudo tem um preço.
O uso das calçadas pelos automóveis, não estão incluídos na arrecadação do IPVA. Mesmo com o pagamento do IPTU, o proprietário do imóvel não tem direito sobre o uso das suas calçadas á frente de seus imóveis. Calçadas são destinadas a pedestres, e a melhor denominação das calçadas é passeio público. Um espaço público, para livre circulação daqueles que não usam carros por opção ou por falta de condição. Daqueles que buscam seus destinos com uma locomoção própria. Para uso daqueles que não dispõem de veículos automotores movidos por combustíveis fósseis, mas das forças de suas mãos e braços, impulsionando suas duas rodas.
Proprietários e motoristas ao adquirirem seus problemas, seus veículos. Insistem em estacionar em calçadas ou passeios públicos, transferindo seus problemas para aqueles que circulam pelas calçadas, munidos de uma locomoção própria com auxílio das próprias pernas.  
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  27/07/2014

Jabuti em árvores (parte 4)
04/08/14 - Jornal de HOJE - Natal/RN
As fábulas são criadas e contadas para crianças com objetivo de criar valores, ideias e comportamentos em sua formação. Atos e atitudes para serem lembradas no decorrer da vida. No entanto, a cada momento da vida, podemos mudar conceitos e valores. A sociedade muda e mudam os conceitos e os valores.  
Em um mundo que se preconizava a velocidade, conceitos foram implantados de forma subliminar. Na corrida entre o jabuti e a lebre, venceu quem chegou primeiro. Quem chegou depois pode ter perdido vantagens e posições. O mundo hoje é outro, e prevalecem igualdades entre as classes, de lebres e jabutis, homens e mulheres; privilegiados e não privilegiados. Crianças e adolescentes; idosos e portadores de necessidades especiais conquistam seus espaços. Conquistam suas leis de atenção e proteção.  
E o jabuti lento precisa de uma carapaça para suportar aqueles que andam mais rápido, e sem noção pelas ruas. Outra fábula conta que por um tombo o jabuti quebrou seu casco, mas soube montar as partes quebradas e usar novamente. Ainda é possível juntar cacos e construir novas ideias, novas mobilidades e acessibilidades.  
Tomando por exemplo a cidade de Natal/RN e seus arredores, nos preparativos da Copa. Podemos perceber vantagens oferecidas aos velozes, com ações desproporcionais aos portadores de necessidades especiais e espaciais.  
Com a ideia de Copa do Mundo construíram-se mais pontes e viadutos do que passarelas para pedestres. Mais túneis para automóveis do que faixas de travessia de pedestres. Mais autopistas de alta velocidade do que sinais de trânsito, oferecendo oportunidades de travessia ao pedestre em avenidas de tráfego intenso. Ofertaram mais espaço asfaltado ao transporte particular, muitas vezes individual, do que ao transporte coletivo.  
Aumenta a população de usuários nos coletivos com o passe livre de idosos e estudantes. Enquanto se mantém a mesma frota de ônibus. Aumenta a frota de carros e aumenta a facilidade na compra de um carro, e não aumenta a oferta de assentos nos coletivos. Cidadãos inconformados em pagar uma passagem, com o aperto dos ônibus, descem e no próximo ponto (parada) e compram um carro. Pagantes devem ter prioridade em assentos não reservados. Tal como os idosos, deficientes e gestantes têm prioridade com espaço e assento reservado.  
Comércios e comerciantes apropriaram-se das calçadas procurando proporcionar conforto a seus clientes motorizados, os supostos e esperados turistas. Criaram-se mais vagas de estacionamentos sobre as calçadas, do que calçadas como um espaço público para o trânsito de pedestres. Aumenta o número de carros diariamente sobre calçadas, diminuindo o espaço das calçadas sistematicamente.
Algumas calçadas foram remodeladas buscando mostrar uma acessibilidade com conceitos errados de mobilidade. Surge assim uma boa plataforma de obras para próximos administradores, consertar calçadas maquiadas. Terminou a Copa e os turistas se foram. Com as águas das chuvas a cidade removeu suas maquiagens.
Em Ponta Negra (Natal/RN), na principal avenida. Em frente a um shopping com produtos regionais e culturais, existe uma faixa de pedestre. No alto da via no mesmo local uma placa indicando velocidade máxima 70 Km/h. Como a faixa de segurança para pedestres está localizada em uma ligeira elevação na avenida, dificulta sua visualização pelos motoristas em ascensão na pista. Enquanto pedestres com ares de turista atravessavam, os carros se esforçaram e paravam, evitando um acidente internacional. Hoje o motorista que trafega em velocidade permitida, não respeita o pedestre na faixa, talvez por evitar uma freada brusca em poucos metros, entre o veículo e o pedestre em travessia. Exemplos de uma engenhosidade de trânsito, formulada por analistas e especialistas de escritório. Acreditam ver e entender a cidade de suas janelas em computadores.
A cidade ainda sofre pelos efeitos das chuvas, provocando alagamentos e inundações. Locais onde já não havia calçada suficiente, em dias de chuva, obriga pedestres a circular pelo meio das ruas desviando de carros e poças, enquanto motoristas se acham no direito de provocar um banho de água de chuva e lama nos transeuntes. Outros motoristas bloqueiam o livre acesso entre ruas e calçadas, estacionado paralelo à guia, por vezes bloqueando rampas. Agora é preciso ser lebre para pular entre poças e carros dos jabutis com casco duro.
As reclamações sobre o transporte coletivo e a demora de espera em paradas de ônibus. Não são exclusivas de poucos ônibus circulando. Mas principalmente de investimentos no transporte motorizado e particular. As dificuldades do trânsito criam dificuldades para circulação não só de trabalhadores, mas principalmente de carros de polícia e ambulâncias. Proporcionando atrasos no socorro e policiamento.
Administradores públicos criam mobilidade veicular em causa própria, já que possuem veículos oficiais de uso individual. E precisam de ruas e avenidas livres para esboçar suas importâncias ao desfilar para o público. Abusam de uma jactância e um poder conquistado pelas urnas. As eleições estão próximas, e os candidatos já começam andar devagar como jabutis entre os eleitores, tentando conquistar seus lugares em uma árvore.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  03/08/2014
Publicado em 04/08/14   

Jabuti em árvores (parte 5)
11/08/14 - Jornal de HOJE - Natal/RN
Uma faculdade não vai transformar um aluno em um bom profissional, muito menos no melhor profissional do mercado. Não é a melhor nota em uma prova que define o melhor aluno. Mas com o investimento diário em assuntos diversos. É com informações múltiplas, que se constrói um conhecimento, um saber.
Alunos investem em um conhecimento extraclasse: conversando, lendo livros e folheando revistas. Pesquisando na internet e intranet. Por TVs abertas e fechadas, por teatros e cinemas. Viajando e conhecendo novos lugares, outras pessoas, vivenciando situações. E a instituição de ensino ao final do curso se apropria da formação, da criação de um profissional. Notifica ter gabaritado um profissional com os últimos conhecimentos e inovações do mercado.  
O aluno transita entre a residência e a universidade, vê as ruas e o que acontece nas calçadas. O aluno leva o conhecimento para dentro da classe. Enquanto cientistas e professores vivem trancafiados em um laboratório, ou por trás de uma mesa, e com as costas voltadas para as janelas. Ambiente ótimo para quem trabalha com nanotecnologias e nano conhecimentos. Enxergam o mundo pelas janelas de seus computadores. Acreditam que a visão virtual seja uma visão real.  
Toda imagem postada e divulgada na internet tem a motivação e inspiração de quem postou. E a interpretação fica aos olhos de quem a vê. A internet não transmite emoções, transmite imagens e textos que podem ser interpretados com a situação emocional de quem ler ou ver. Situações emocionais associadas ao volume de conhecimento.
Bourdieu olhou e observou, pesquisou e tabulou. Analisou e concluiu que após cinco anos de formado, não importa mais a instituição que emitiu um diploma. O ex-aluno se constrói e reconstrói, nas ruas e nos mercados de trabalho. Não importa ser a melhor ou a pior instituição que cursou. O profissional com certificado ou diploma será um conjunto de conhecimentos adquiridos, e não exclusivos da atribuição de uma instituição.
O conhecimento é um patrimônio próprio, do indivíduo. Um capital que outro não pode se apropriar. Cada qual leva suas armas e bagagens por onde for. Noé colocou na arca o seu conhecimento, os animais que conhecia e sabia criar. Fez na arca um download de seus arquivos. Quando as águas do dilúvio baixaram, pode continuar suas criações. Soltou uma pomba que voltou com uma informação: a relva já renascia.
A universidade é estática, uma montanha para onde Maomé se encaminha diariamente, para responder uma chamada e cumprir um calendário de provas. Ao final do curso as faculdades se posicionam estrategicamente. Intitulam-se com o dever cumprido de colocar conhecimento em uma cabeça vazia. O entendimento de
aluno ser um ser sem luz (a-lunes). Visão que ficou perdida no tempo, na escuridão da falta de conhecimento.  
O professor se coloca em um lugar estratégico da sala. Pode ver todos os alunos à sua frente. Tem a lousa a seu alcance e o controle do aparelho multimídia em suas mãos. O controle da chamada de presença e das notas. Lugar de destaque para que todos os alunos possam olhar e admirar. Controlar e avaliar a turma. Tem circulação livre pela sala entre os assentos dispostos em filas e colunas tal como um pelotão a seu comando.
O conhecimento e a informação circula pelas ruas e avenidas, fora do ambiente universitário. Está em livros e revistas, em bibliotecas e hemerotecas. Ao alcance dos dedos e nas palmas das mãos. O professor tem o dever e a missão de abrir janelas de conhecimento, sem fechar portas. Não impedir pensamentos transversais, por ideias interdisciplinares. Abolindo o discurso que determinado tema não faz parte da disciplina. Disciplina é para soldados indisciplinados.  
Santos e imagens. Uma instituição de ensino é um santo que emite uma imagem representada por um certificado ou diploma. Um pedaço de papel afirmando algo a respeito de um súdito que frequentou suas instalações. Um certificado ou um diploma produz uma área de conforto. A comodidade adorada da não necessidade de avaliação de um currículo de vida (Curriculum Vitae), ou uma bibliografia produzida.  
Existem os que se apropriam do comportamento da lebre ou do jabuti. Escolas e professores parecem ter se apropriado dos comportamentos da lebre justificado pela velocidade dos acontecimentos e da tecnologia. Apropriaram-se do comportamento, apropriando-se do tempo. Determinam o tempo dos alunos. Quanto tempo tem para estudar, quanto tempo tem para ler e pesquisar; e quanto tempo tem para responder o que foi demonstrado.
Natal /RN ─  09/08/2014
Publicado em 11/08/14

Jabuti em árvores (parte 6)
18/08/14 - Jornal de HOJE - Natal/RN
E tudo termina em pizza. O aluno impulsionado por um sistema controlador e opressor, por fim forma-se, e torna-se um professor. Um novo professor oprimido pelo mesmo sistema, que exige planilhas e relatórios; planos e projetos; relatórios e diários. Atividades em extraclasse que ocupam seu tempo fora de sala, e fora do recinto de trabalho. Alimenta o feed back ensinado em sala. Instituições particulares precisam de alunos, para torná-los professores, que lecionarão para outros novos alunos, com objetivo de torná-los outros novos professores.  
O feed back, a retroalimentação do sistema pela ocupação dos assentos escolares e alimentares. Uma universidade tem um compromisso moral com seus inquilinos, os que alugam e ocupam espaços, nas praças de alimentação. Inquilinos que promovem um atendimento com: conhecimento, lazer, e alimentação nos intervalos das aulas.
Alunos formados, diplomados e disciplinados, como professores. Tem escadas para subir e posições para ocupar: visitante, substituto, auxiliar, adjunto e titular; graduados e pós-graduados, mestres, doutores e pós-doutores. Tem como meta chegar às coordenações de disciplinas e coordenações de cursos, onde poderão almejar novos postos administrativos: as direções e coordenações departamentais e setoriais. Assim disputam cargos e agregam valores as suas posições de domínio sobre um grupo. Tudo controlado por reitores e pró-reitores; diretores e gestores organizacionais.
E como tudo acaba em pizza, a cada semestre criam-se novos cursos com as mesmas bases em discos sobre a mesma forma, e mesmo tempo de forno. Antes de ir ao forno a massa descansa para dobrar de volume. Enquanto gestores descansam nas férias pensando, em como dobrar o faturamento na próxima fornada de alunos.   
Com novas coberturas alterando e alternando os ingredientes, criam-se nomes e sabores. A aplicação de queijo cremoso, sobre a pizza agrega sabor e valor. Azeitonas pretas ou verdes conquistam parcelas diferentes de consumidores. Sobre a mesa ou balcão, os consumidores encontram à sua disposição: aromatizantes e acidulantes, e conservantes e corantes, sem custos adicionais, no estilo 0800. Disciplinas obrigatórias ou eletivas oferecem saberes com novos sabores. Seminários e minicursos dão novas cores e aromas, ao ambiente jurássico.  
A cada semestre surge uma nova pizza e um novo curso. Com massas preparadas com os mesmos ingredientes básicos: farinha, água e um pouco de fermento, para dobrar o volume. Nas mesmas instalações básicas, fornecem uma lousa e água da rua, sem análise de conformidade.  
Com algumas cadeiras a mais nas salas, dobrando volumes, e aumentando a capacidade, promovem a mais-valia, que também é ensinada. Massas preparadas pelo mesmo cozinheiro e nas mesmas cozinhas. Pizzaiolos que giram e manobram as massas no ar.  
Até que chegue o dia que o cliente tenha o direito de escolher os ingredientes e as disciplinas para construir seu curso, e confeccionar a própria pizza. Com direito a mexer na base, para ser mais, ou menos consistente. Mais fina ou mais grossa; alterando as bordas recheadas ou não. O controle do tempo de forno ou duração do curso. Para obter um produto final com mais. ou menos recheio ou cobertura. Mais ou menos, crocância e consistência. Al dente e ao ponto, no gosto do freguês.
O produto final depende de saberes e sabores agregados durante um preparo, ou degustação. Desde a qualidade dos ingredientes básicos ao serviço sobre a mesa dos alunos ou professores. Desde os conhecimentos básicos adquiridos ao que é oferecido sobre as mesas dos alunos e dos professores.  
Detalhes que podem influenciar tempos de validade para consumo da pizza, ou a criação da necessidade de voltar aos bancos escolares. A qualidade dos cursos e dos serviços oferecidos podem provocar boas gestões e boas digestões; más gestões e indigestões.
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  17/08/2014
Publicado em 18/08/14

Jabuti em árvores
PDF 762
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RN, 13/10/2016

por
Roberto Cardoso Blog do Maracajá #BLOGdoMaracajá


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